sexta-feira, 28 de maio de 2010

A culpa nossa de cada dia

Olá queridas mães,

Muitas de nós tiveram uma estreia dupla com a vinda do bebê, nasceu uma mãe e também uma culpa.

O bebê chora, e chora muito e muitas vezes. Pronto, lá vem a culpa por não sabermos acalmá-lo ou conseguir decifrar imediatamente as suas necessidades.

O bebê acordou com o rostinho arranhado. Culpa de quem de não ter cortado as unhas?

Cansada com vontade de dormir ou dar uma voltinha para relaxar um pouco, mas vem a culpa para atormentar e dizer "como que você não quer ficar 24 horas cuidando do seu bebê ?"

No pós-parto as emoções estão confusas, às vezes alegre, às vezes triste. Boa hora para a culpa dar uma voltinha e atormentar " você não está contente o tempo todo com o nascimento do seu bebê?"

Preciso voltar ao trabalho, mas sei que vou acompanhada da culpa porque não estarei vendo os primeiros passos do meu bebê.

Vou ficar em casa sem trabalhar fora, mas às vezes gostaria de sair para trabalhar para conversar com adultos e ter uma folga das tarefas domésticas, será que a culpa deixa?

Mil faces do mesmo sentimento que nasce e cresce se bem alimentado por nós mesmas. Que tal lembrar das descobertas do bebê, de tudo que está aprendendo e de tantas outras coisas boas que somos responsáveis. Sim, porque geralmente não nos lembramos das partes boas, aprendemos a nos cobrar sem piedade.

Então fica a dica para o final de semana, deixar a culpa de jejum e alimentar a autoconfiança!

Com carinho.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Adoção por casal de mulheres

As novas formas de família estão cada vez mais presentes. Hoje não se pensa mais que o modelo de família se baseia sempre no formato pai, mãe e filhos. Casais de relações homoafetivas também estão buscando o direito de constituir família, seja por reprodução assistida ou adoção.
Abaixo podemos acompanhar uma matéria sobre um casal de mulheres que adotaram duas crianças. São situações como esta que podem ajudar a mudar a burocracia da adoção.

Beijos e boa leitura.


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve nesta terça-feira (27) o registro de adoção de duas crianças por um casal de lésbicas da cidade de Bagé (RS). A adoção era contestada pelo Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul, que pedia a anulação do registro. A decisão do STJ cria um precedente jurídico que permitirá aos casais homossexuais abandonar a prática usada atualmente de adoção individual para evitar problemas legais.
Segundo a assessoria do STJ, o Ministério Público do Rio Grande do Sul ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso haja argumento constitucional.
A adoção pelo casal homossexual gaúcho foi autorizada em 2006 pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O relator do caso no STJ, ministro Luiz Felipe Salomão, afirmou que há oito anos as crianças moram com as duas mulheres, que vivem juntas desde 1998. Ele lembrou que as duas crianças estudam em escola particular e que a própria assistente social que acompanhou o caso recomendou a adoção.

Saiba mais
Casal gay do RN adota crianças pelo cadastro de adoção Adoção de crianças vai ser menos burocrática no país Só 15,5% dos brasileiros enfrentariam processo de adoção, revela pesquisa “Se não for dada a adoção, as crianças não terão direito a plano de saúde, herança e em caso de separação ou morte podem ficar desamparadas”, disse o ministro.
Os demais ministros da 4ª Vara do STJ concordaram com o voto do relator. O presidente da sessão, ministro João Otávio de Noronha, ressaltou que o fato de a relação ser homoafetiva não influencia na opção sexual dos adotados e, ainda, que a adoção vai permitir às crianças melhor amparo e qualidade de vida. “Vem toda essa questão moral e vamos deixar as crianças no abrigo onde sofrem violência?”, indagou Noronha ao plenário.


Recurso
O Ministério Público entrou com o recurso em maio de 2008 para rever a adoção dos dois garotos por entender que a união entre duas mulheres não configuraria união estável. O MPF citou arquivo do Código Civil que estabelece que “ninguém pode ser adotado por duas pessoas salvo se forem marido e mulher ou se viverem em união estável”.
O presidente da 4ª vara do STJ, no entanto, lembrou que a maior parte das leis sobre a família no Brasil foi criada por jurisprudência. “A lei não proíbe esse tipo de coisa. Até porque pode unilateralmente uma pessoa solteira adotar. Não estamos violando nenhum dispositivo. O Código Civil não diz se é vedado. Não há nenhuma norma de proibição. Estou muito tranquilo para decidir sem nenhuma violação da lei”, afirmou o ministro Noronha.


Fonte: G1 Brasil
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/04/stj-mantem-adocao-por-casal-de-lesbicas.html

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Carta aberta ao jornalista Alexandre Garcia

No dia 07/05/2010 o jornalista Alexandre Garcia fez colocações preconceituosas e sem conhecimento científico sobre o parto humanizado e a lei do Acompanhante no parto.

Abaixo está a carta aberta redigida pela Rede Parto do Princípio.


Carta Aberta a Alexandre Garcia

Considerações sobre a "bobagem" do Parto Humanizado
Quem está brincando com a saúde?

Caro Sr. Alexandre Garcia,


Somos mulheres ativistas da Rede Parto do Princípio, uma rede nacional, com mais de 100 mulheres por todo o Brasil, que luta para que toda mulher possa ter uma maternidade consciente e ativa através de informação adequada e embasada cientificamente sobre gestação, parto e nascimento.

É com profundo pesar que recebemos em pleno dia das mães uma fala cheia de preconceitos sobre a maternidade em um veículo de comunicação pública.

Diante de sua fala, nota-se o profundo desconhecimento das políticas de controle de infecção hospitalar, como também da legislação que garante a toda mulher o direito à presença de um acompanhante de sua livre escolha no pré-parto, parto e pós-parto imediato. Não é só uma "bobagem" do Ministério da Saúde. É lei (Lei Federal n° 11.108 de 2005). Uma lei que vem sendo sumariamente descumprida por todo o país.


Transcrição realizada a partir do áudio disponível em:
http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/mais-brasilia/MAIS-BRASILIA.htm
"[...] eu tô criticando essa bobagem do Ministério da Saúde de parto humanizado... será que vão deixar entrar um pai na sala cirúrgica pra infectar a sala cirúrgica? O pai barbudo, cabeludo, bêbado, sei lá o quê, mas enfim... hã... vestido com... com poeira da rua numa sala cirúrgica? Isso é um absurdo. Ah, mas é o parto de cócoras... tudo bem, peça para sua mulher fazer um parto de cócoras pra ver o que vai acontecer com o joelhos dela, não é índia, nã... vão... vão acabar... É um sofrimento. Ah, porque as cesárias... eu disse olha... que ele mesmo concorda que o... o serviço público as cesárias só é feita [sic] em último caso... é parto normal normalmente... não precisa ficar anunciando que o hospital do Gama vai ter isso [...]"


Existem normas de controle de infecção hospitalar que devem ser cumpridas por toda a equipe de saúde, pelos pacientes e por seus acompanhantes. Independente se são "cabeludos", "carecas" ou "barbudos". Seguidas essas normas, não há porque restringir o acesso do acompanhante. O direito da mulher não pode ser violado a partir de discriminação, de preconceito.


Várias pesquisas comprovaram que a presença do acompanhante no parto proporciona uma série de benefícios como: maior sentimento de confiança, aumento no índice de amamentação, diminuição do tempo de trabalho de parto, menor necessidade de parto cirúrgico, menor necessidade de medicação, menor necessidade de analgesia, menores índices de escores de Apgar abaixo de 7, menor necessidade de parto instrumental, menores taxas de dor, pânico e exaustão, entre vários outros benefícios. Diante desses indícios, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza, desde 1996, a presença de um acompanhante para a parturiente.

E isso não é bobagem. São pesquisas científicas.

Hoje, existe a possibilidade da mulher escolher a melhor posição para o parto. De posse de evidências científicas, muitos profissionais não mais recomendam uma única posição, mas permitem que a mulher encontre a posição mais confortável para dar à luz. Para a posição de "cócoras", que é como são chamadas algumas posições verticalizadas, existem apoios e banquetas. Há também muitas mulheres que conseguem ficar de cócoras sem comprometer os joelhos, mesmo as não-indígenas.

"[...] O ministério da saúde não fez só isso não. O Ministério da Saúde tá estimulando agora pessoa com HIV a engravidar. Eu duvido que o Ministério da Saúde vá fazer uma... uma cesária pela terceira vez numa mulher com HIV e respingar sangue nele pra ver o que vai acontecer. É uma... é uma maluquice. Tão fazendo uma brincadeira com a saúde... Tá lá escrito na instituição a saúde é direito de todos e dever do Estado. O Estado não está cumprindo seus deveres com a saúde... e os problemas são de gestão, são administrativos.[...]"

Atualmente, diante de assistência médica adequada, nós mulheres podemos ter uma gestação e um parto mais seguros tanto para nós, quanto para os bebês. Inclusive as mulheres HIV positivas. Existem protocolos, embasados cientificamente, para os atendimentos às soro-positivas que evitam a transmissão vertical do HIV. Todos nós temos direito à reprodução. Existem também protocolos de rotinas que protegem a equipe de saúde para que não tenham contato com sangue ou secreções; e de providências caso haja algum acidente. E isso não é maluquice. É biossegurança.


E se o Estado está tomando providências para que o pai mais "barbudo" possa acompanhar sua esposa no nascimento de seu filho, e para que pessoas como eu, como os soro positivos e até como você possam ter fihos e netos em segurança, isso não é "bobagem", isso é dever do Estado.

Mas se o senhor ainda tiver críticas à "bobagem" do Parto Humanizado ou aos partos das mulheres soro positivas, por favor, embase suas considerações com argumentos fundamentados cientificamente. Porque disparar informações incorretas em meios de comunicação pública é anti-ético e um descalabro. E é vergonhoso.

Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Rede de Mulheres Parto do Princípio
www.partodoprincipio.com.br





Transcrição CBN
http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/mais-brasilia/MAIS-BRASILIA.htm

Sexta, 07/05/2010
Estado não está cumprindo seus deveres com a Saúde


Estevão: Alexandre Garcia, bom dia.

Alexandre Garcia: Bom dia, Estevão.

Estevão: Alexandre, na entrevista que fizemos semana passada com o governador Rogerio Rosso, obviamente, foi destacado durante a conversa esse plano que ele desenhou para a área de saúde... que diz respeito a uma autonomia para os gestores das unidades hospitalares. Só que, criou-se aí um grupo que vai definir o montante que cada unidade de saúde terá, então isso demora né? Quando cria-se esse grupo de trabalho, demora... enquanto isso... o caos impera.

Alexandre Garcia: Demora tanto que o Arruda já tinha anunciado isso. Pois é, o Arruda já tinha anunciado isso, por isso que demora. Até hoje não foi feito, hã. E o que... o problema é de gestão mesmo... não é possível que falte esparadrapo em hospital, e não é só em hospital de base não. Tá faltando tudo em toda parte, falta buscopan, falta soro, falta glicose... falta o básico... coisas... faltam sondas para fazer cirurgia, faltam lâminas de... de... de bisturi. Eu tava conversando agora de manhã com o secretário de saúde e ele me disse ah que eu peguei uma bomba que foi acumulada durante oito anos. Eu disse, ó, seu secretário, tem que romper esse círculo vicioso, o problema é gestão mesmo, tem que resolver essa história... aí, ele... ah... porque a conversa começou, eu criticando... eu disse pra ele assim... olha, eu vi aqui um anúncio do... eu tô criticando essa bobagem do Ministério da Saúde de parto humanizado... será que vão deixar entrar um pai na sala cirúrgica pra infectar a sala cirúrgica? O pai barbudo, cabeludo, bêbado, sei lá o quê, mas enfim... hã... vestido com... com poeira da rua numa sala cirúrgica? Isso é um absurdo. Ah, mas é o parto de cócoras... tudo bem, peça para sua mulher fazer um parto de cócoras pra ver o que vai acontecer com o joelhos dela, não é índia, nã... vão... vão acabar... É um sofrimento. Ah, porque as cesárias... eu disse olha... que ele mesmo concorda que o... o serviço público as cesárias só é feita em último caso... é parto normal normalmente... não precisa ficar anunciando que o hospital do gama vai ter isso. Aliás, o hospital do gama neste momento tá exportando pacientes pra outros hospitais porque anunciaram que tá maravilhoso mas não deve tá tão maravilhoso assim porque muitos hospitais tão exportando pacientes aqui pro plano... plano piloto... que a coisa não tá funcionando direito, nê? Em parte alguma e falta tudo. Agora eu fico me perguntando como o médico vai trabalhar? O ministério da saúde não fez só isso não. O Ministério da Saúde tá estimulando agora pessoa com HIV a engravidar. Eu duvido que o Ministério da Saúde vá fazer uma... uma cesária pela terceira vez numa mulher com HIV e respingar sangue nele pra ver o que vai acontecer. É uma... é uma maluquice. Tão fazendo uma brincadeira com a saúde... Tá lá escrito na instituição a saúde é direito de todos é dever do Estado. O Estado não está cumprindo seus deveres com a saúde... e os problemas são de gestão, são administrativos.

Estevão: Ô Alexandre, nessa conversa que você teve agora pela manhã com o secretário de saúde ele... como você já adiantou é... disse que herdou uma bomba, né? Que está sendo ativada há alguns anos. O que você sentiu dele? Ele tá otimista, tá pra baixo? Isso vai se resolver?

Alexandre Garcia: Ele... ele tá dinamizado, ele tá energizado. Ele tá querendo fazer as coisas. Ele... ele é de carreira, da fundação, ele é médico... é do ramo sim... agora, eu não sei se uma pessoa sozinha consegue resolver isso tudo. Tem que ter muito poder na mão, tem que ter recurso. O governo federal manda recurso, os recursos vão pra outro lugar. Tanto que... o que... o que a CGU nesse momento tá... num... tá recebendo aí o governador Rogério... Rogério Rosso mandou informações... mas...ah... não tão acreditando... porque é um descalabro o que aconteceu aqui... um escândalo vergonhoso, nã?... de dinheiro na mão, dinheiro nas cuecas, dinheiro nas meias... e aí falta pra saúde desse jeito que tá faltando. E que significa vida e morte pras pessoas... eu acredito que isso não é apenas um... um crime de desvio, isso é um crime contra a vida o que está se praticando contra a saúde aqui no Distrito Federal.

Estevão: Alexandre, bom fim de semana, até a segunda.

Alexandre Garcia: Bom fim de semana a todos, até segunda, Estevão.

Referências Bibliográficas:

BRÜGGEMANN, O. M.; PARPINELLI, M. A.; OSIS, M. J. D. Evidências sobre o suporte durante o trabalho de parto/parto: uma revisão da literatura. Cadernos de Saúde Pública, 21 (5): 1316-1327, Rio de Janeiro, 2005.

DRAPER, J. Whose welfare in the labour room? A discussion of the increasing trend of fathers’ birth attendance. Midwifery 13, 132-138, 1997.

GUNGOR, I.; BEJI, N. K. Effects of Fathers’ Attendance to Labor and Delivery on the Experience of Childbirth in Turkey. Western Journal of Nursing Research, vol 29; March, 2007.

KLAUS, M. H.; KLAUS, P. H. Seu Surpreendente Recém-Nascido. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS/GM nº 2.616 de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, 13 de maio de 1998.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo para prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis. Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília, Ministério da Saúde, 2006.

NAKANO, A. M. S.; SILVA, L. A.; BELEZA, A. C. S.; STEFANELLO, J.; GOMES, F. A. O suporte durante o processo de parturição: a visão do acompanhante. Acta Paul Enferm 20(2): 131-7, 2007.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, Maternidade Segura, assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra, 1996.

STORTI, J. P. L. O papel do acompanhante no trabalho de parto e parto: expectativas e vivências do casal. Dissertação (Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública) - Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004.

ZHANG, J.; BERNASKO, J. W.; LEYBOVICH, E.; FAHS, M.; HATCH, M. C. Continuous labor support from labor attendant for primiparous woman: A meta-analysis. Obstetrics & Gynecology vol. 88 nº 4 (2), 1996.

sábado, 8 de maio de 2010

Feliz Dia das Mães


Queridas mães,

Parabéns ao nosso dia. Tenham um ótimo domingo e aproveitem bem a grande aventura que é ser mãe!

Beijos, com carinho.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Apoio Materno na coluna do Cacau

Bom dia,

É com muita alegria que hoje escrevo para agradecer o jornalista Cacau Menezes pela referência ao Apoio Materno em sua coluna desta sexta-feira no Diário Catarinense.

Um beijo e ótimo final de semana!


Apoio materno

Os serviços do tipo personal também podem ajudar quem vai ser ou já é mãe. Cresce no Brasil o atendimento das chamadas “doulas”, profissionais que orientam a mulher na gravidez e nos primeiros cuidados com o bebê. O apoio emocional e as dicas de quem tem experiência e formação técnica complementam a intuição própria das mães. Aqui em Florianópolis, o trabalho já é feito por algumas profissionais. Uma referência é o blog www.apoiomaterno.blogspot.com

Fonte: Diário Catarinense em 07/05/2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Doula no pré-natal

Na gestação muitas mudanças acontecem no corpo da mulher, os hormônios, o formato, as emoções, tudo vai mudando pouco a pouco. Junto com isso muitas dúvidas vão surgindo, como minha vida vai mudar? farei parto normal ou cesária? como vou cuidar do meu bebê? como minha relação com meu companheiro vai ficar? onde vou ter meu bebê? o que faço com meus enjoos?
A doula que atende no pré-natal pode ajudar nessa transição. Seu trabalho consiste em dar suporte através de sua experiência como mãe e como profissional que é capacitada sobre a gestação, fisiologia do parto, amamentação, cuidados com o bebê e assuntos relacionados.

Na prática funciona da seguinte forma, a doula faz uma visita e combina com a gestante/casal quais os temas que desejam abordar. Os encontros vão desde conversas sobre as mudanças de vida, esclarecimentos sobre rotinas do parto, até orientações práticas de como amamentar, cuidar do umbigo, atividades de consciência corporal para um parto ativo, planejamento do parto e o que mais a gestante (e seu acompanhante) necessitarem.

Para saber mais, marque sua visita através do e-mail:apoiomaterno@gmail.com

Doula pós-parto

Oi,

Na postagem anterior escrevi de forma bem resumida o que significa doula. Atualmente existe três formas de atuação de doula, na gestação (pré-natal), no parto e no pós-parto.
O meu trabalho se foca no período da gestação e do pós-parto.
Então, o que é uma doula pós-parto?

A doula pós-parto vai na casa da família para auxiliar na adaptação da nova rotina com o bebê e as mudanças que acontecem com a própria mãe. Seu trabalho é focado tanto na parte de apoio emocional, ajudando a diminuir as inseguranças comuns dessa fase, como na parte prática. Ou seja, orientando a mãe e pai sobre os cuidados do bebê, como acalmá-lo, trocar as fraldas, cuidar do umbigo, banho, amamentação, retorna da vida sexual, elaboração do parto etc. A diferença de contratar uma babá ou enfermeira é que o objetivo maior é dar segurança e ajudar a mãe confiar em si mesma. A escuta sem julgamentos e as informações passadas são no sentido de contribuir para a relação mãe-bebê, família-bebê de forma tranquila.
A visita também inclui a ajuda com outros crianças, quando necessário, e um cuidado de mãe para mãe, obervando se está bem alimentada, hidratada e confortável.

Como funciona na prática:


Preferencialmente se entra em contato com a doula pós-parto antes do bebê nascer.
Mesmo que isso não ocorra pode-se recorrer a seus serviços logo após o parto ou ainda quando precisar de ajuda na amamentação.

São feitas visitas domiciliares num dos períodos do dia e combinado com a família quantos encontros forem necessários, de acordo com cada especificidade. Sendo que o telefone e e-mail ficam também à disposição.
Num primeiro momento geralmente se tem visitas seguidas e depois se faz com intervalos maiores.

Para saber mais agende uma visita sem compromisso, no consultório ou em domicílio, através do e-mail: apoiomaterno@gmail.com


Você pode ler :


Organização Mundial da Saúde. Assitência ao parto normal:um guia prático. Genebra-Suiça,1996

A cientificação do amor, de Michel Odent. Florianópolis-SC, Saint Germain, 2002.

A doula no parto. O papel da acompanhante de parto especialmente treinada para oferecer apoio contícuo físico e emocional à parturiente - Fadynha. São Paulo-SP. Ground,2003.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O que é doula?

A palavra doula designava as mulheres que, antigamente, usavam sua experiência para cuidar de outras mulheres durante e após o parto. Este nome tem origem grega, que significa serva.

Hoje doula é um termo utilizado para as mulheres que dão amparo, apoio emocional e físico durante a gestação, parto e pós-parto. Não se trata de uma enfermeira, nem uma acompanhante. Realiza um trabalho sutil e delicado de incentivo a força da mulher, dando segurança e suporte emocional. Pesquisas mostram que a sua presença auxilia na auto-estima materna, diminuição do trabalho de parto, incentivo na amamentação.


Para saber mais:

Organização Mundial da Saúde. Assitência ao parto normal:um guia prático. Genebra-Suiça,1996

A cientificação do amor, de Michel Odent. Florianópolis-SC, Saint Germain, 2002.

A doula no parto. O papel da acompanhante de parto especialmente treinada para oferecer apoio contícuo físico e emocional à parturiente - Fadynha. São Paulo-SP. Ground,2003.

Menos adrenalina e mais ocitocina

Vejam a entrevista com o obstetra francês Michel Odent. Fui ao workshop dele em Curitiba em abril, agora a Gazeta do Povo publicou uma entrevista que resume suas ideias sobre o parto.

Beijos.

Terça-feira, 04/05/2010

Menos adrenalina e mais ocitocina no parto


Entrevista com Michel Odent, obstetra
Publicado em 02/05/2010 | Daniela Neves - danielan@gazetadopovo.com.br

A tecnologia é aliada do homem na Medicina, mas faz com que alguns instintos sejam deixados de lado. Para o obstetra francês Michel Odent, o aparato tecnológico está tornando os partos menos eficazes. Ele defende a “mamiferização” do parto, que é como chama o conjunto de ações que fazem com que o nascimento respeite as condições inatas da mulher. Quanto mais máquinas, especialistas por perto e iluminação, menor a segurança da mulher no momento em que ela precisa estar tranquila para dar à luz, diz Odent. O bebê deveria ficar com a mãe assim que nasce e ser amamentado na primeira hora de vida. Sempre lembrando que somos animais, o obstetra fala sobre a fisiologia do parto, sobre os hormônios e substâncias ligadas ao nascimento e ao medo, que podem causar dor.

Odent ficou conhecido por in­­­­troduzir no hospital de Pithi­­­viers, na França, o conceito da casa como sala de parto e da utilização das piscinas de parto. Autor de 12 livros publicados em 22 línguas, o médico esteve em Curitiba no início de abril e conversou com o Viver Bem.

No Brasil, preconiza-se o parto humanizado que, além de prever a presença do pai ou acompanhante na sala, propõe que o bebê fique no quarto com a mãe logo depois do nascimento. O que o senhor considera parto humanizado?

Entendo o parto humanizado de uma maneira diferente. É preciso redescobrir o nascimento, libertar-se de tudo quanto é crença e ritual milenar ou cultural, eliminando o que é especificamente humano. A começar pela linguagem, que é o método humano de comunicação. É preciso satisfazer as necessidades universais específicas de mamíferos, como, por exem­­­plo, ter segurança. Na floresta, se uma fêmea está para ter um filhote e percebe que há um predador por perto, vai liberar adrenalina, essencial em uma situação de emergência na necessidade de partir para a luta. Essa adrenalina vai bloquear o parto, postergar o nascimento. A segurança é uma necessidade básica para qualquer mamífero. Outra necessidade básica é não se sentir observado. Então, mais do que humanizar o parto, é preciso “ma­­­­miferizar” o nascimento e por isso essa expressão parto hu­­­manizado não tem o mesmo sig­­­­nificado para mim. Humanizar é usar um número grande de ferramentas, é a cesária.

O Brasil é considerado um dos campeões em números de cesárias. O senhor acha que isso é uma consequência cultural ou uma escolha médica?

O Brasil não é exatamente o campeão em número de cesárias. Encontramos número ele­­­­­vado em todos os países onde existe um grande número de mé­­­­­dicos obstetras e nos quais as parteiras desapareceram. Aconte­­­ce em todas as grandes cidades da Amé­­­­­rica Latina, chinesas, indianas, coreanas, iranianas, ou em qualquer parte do mundo onde o número de médicos especialistas é grande.

Na sua opinião, qual é o principal argumento para convencer as brasileiras de que o parto normal é melhor do que a cesária?

Não sei se o objetivo é convencer. Não gosto de usar essa palavra porque o que busco é compreender qual a necessidade básica da mulher. Tive a oportunidade de conversar com estudantes do Rio de Janeiro, adolescentes, e elas afirmaram que gostariam de ter parto normal. Então, creio que o obstáculo está em entender a necessidade das mulheres.

O medo da dor no parto e as facilidades de equipamentos encontradas hoje nos hospitais faz com que muitas mulheres, principalmente das classes média e alta, optem pelo parto cesáreo. O que diria a elas?

Quanto mais difícil é o parto, maior a dor. É preciso aprender a ter partos fáceis. Quando são fáceis, o sistema fisiológico protege a mulher da dor porque o nascimento é eficaz. É o parto que libera uma boa quantidade de endorfina pelo cérebro, assim como a ocitocina, fazendo com que a dor fique de lado. Ou pelo menos ela não é tão percebida. Quando existe esse equilíbrio, mesmo que haja dor, as mulheres a esquecem logo em seguida ao parto, ao contrário de quando há uma quantidade desequilibrada desses hormônios, quando há presença da adrenalina. Para que esse parto mais tranquilo aconteça, é preciso que o ambiente seja propício. O que aprendi em 50 anos acompanhando partos, seja em casa ou no hospital, é que o ambiente facilita o procedimento e reduz a dor. Esse ambiente deve ser silencioso, sem tanta gente em volta observando, sem tanta luz. Quanto mais simples, mais eficaz é o parto. Para isso é preciso compreender a fisiologia do parto e redescobrir o que é mais simples.

Recentemente, a modelo Brasi­­­­leira Gisele Bündchen teve um parto em casa, em uma banheira, o que despertou curiosidade sobre esse modelo de parto. Está se tornando comum? Quais as condições para esse tipo de parto, em casa?

A mulher que vai ter o bebê necessita se sentir segura e para isso não há uma regra para todas. Ela pode se sentir segura em casa, com uma parteira, ou perto de máquinas. São mulheres diferentes, mas que têm a mesma necessidade de segurança. Hoje o parto domiciliar é possível em uma sociedade urbana na qual as mu­­­­lheres vivem perto dos melhores hospitais. O ideal seria combinar o que há de bom em casa com o que há de bom no hospital.

Fonte: Gazeta do Povo, 04/05/2010
Matéria original contém fotos de Michel Odent e Gisele Bündchen, porém não conseguimos copiá-las para o blog.