quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Leoa que existe em mim

Olá,

Saiu a terceira edição da Revista Chá de Bebê , onde assino a coluna com o tema "A leoa que existe em mim."

http://issuu.com/chadebebe/docs/ed03




A Leoa que existe em mim


Quando meu primeiro filho nasceu, vi nascer dentro de mim uma Leoa. Queria cuidar de tudo que se relacionava ao meu bebê e não gostava muito de deixá-lo no colo de outras pessoas, com exceção do meu marido. Mas esse sob minhas orientações, para não dizer “ordens”.

 Poucos anos depois, nasceu meu segundo menino. Também aumentou minha “leonice” para abrigar mais um filhote.   Percebi nesse momento que era impossível resolver tudo sozinha, embora às vezes tenha feito malabarismos incríveis. Como num final de tarde,  pouco tempo após o parto, que fiquei sozinha e meu bebê mamava e meu filho mais velho precisou de minha ajuda. Sem interromper a amamentação, atendi aos dois. Já que mães aprendem a utilizar maravilhosamente bem apenas uma das mãos, proesas que aprendemos com a  maternidade.

Os bebês precisam de mães Leoas, que os defendam com unhas e dentes, que queiram aconchegá-los  em seu ninho e consigam resolver suas necessidades.  O que gostaria de chamar a atenção é para que essa “leonice” não ultrapasse o que de fato o bebê precisa. Que dê espaço para o pai ser do seu jeito, fazer seus acertos e erros , ter seu tempo de aprender com seu filhote. Aspectos que são importantes para a criança perceber as diferenças das pessoas, das relações e possa escolher com quem contar em diferentes momentos. Isso amplia suas possibilidades de ter referências diferentes e ajuda a ver que a mesma situação pode ser resolvida de formas distintas.  Vocês já viram como não é nada parecido o jeito que o pai e a mãe trocam as fraldas do bebê? Ou atendem ao choro e brincam com ele?

A “Leonice” também pode   dar trégua e deixar outras pessoas entrarem nos cuidados do filhote, avós, parentes, amigos. Os pequenos ao sentirem-se seguros desse grande amor e proteção felinos, ficam mais tranqüilos em se aventurar com outras pessoas e conhecer mais do mundo, nem que seja do parque , quando ainda são pequenos.   Dessa forma a proteção materna não se torna uma barreira e sim transforma-se em segurança interna na criança.  Sendo que esse processo é com respeito a cada etapa de desenvolvimento da criança, sem quere apressar sua independência antes da hora.

Enfim, hoje continuo com meu lado felino. Mas de olho atento para que eu consiga perceber qual momento devo entrar em ação e qual devo recuar  à medida  que meus filhotes crescem.  Sei que antes que eu mesma perceba, estarão lindos leões passeando por aí, sem precisar de uma mãe leoa tão próxima sempre, mas feliz que eles aprendam a ir e voltar utilizando suas habilidades de brincar e sorrir muito nesta vida!